domingo, 28 de junho de 2015

HQ em Foco: TURMA DA MÔNICA - LAÇOS

por Nilton César  

        Em 2013, em comemoração aos 50 anos da Turma da Mônica, Mauricio de Souza, um dos valentes desbravadores dos quadrinhos nacionais, lançou um ousado e maravilhoso projeto a Graphic MSP.

     A ideia dessas Graphic Novels seria permitir a escritores e desenhistas nacionais reinterpretar os filhos queridos de Mauricio de Souza, utilizando seus próprios traços e linguagem.

        Cada edição trás algo novo e especial.


        Escolhi aquela que roubou minha atenção e se tornou um clássico moderno em minha prateleira.



           Com história e arte de Vitor Cafaggi e Lu Cafaggi, e cores do próprio Vitor Cafaggi e Priscilla Tramontano, temos uma história maravilhosamente simples, mas capaz de captar o coração do leitor e transportá-lo a uma nostalgia em alguns momentos na vida real e em outros de filmes ou livro que marcaram nossa vida.
          
           O que acontece quando seu cachorrinho desaparece? Essa é a base da aventura da Turma da rua do Limoeiro, encontrar o Floquinho, para retirar o Cebolinha de uma tristeza sem fim.


          Descobriremos de forma diferente como surgiram as amizades entre Cebolinha e Cascão, Mônica e Magali, e entre este quarteto fantástico. E o que são capazes de fazer um pelo outro.



          Uma aventura que em alguns momentos nos remete aos Goonies, uma busca aventuresca pelo Floquinho, ou ao Chaves, pela amizade entre as crianças, e a  momentos como Conta Comigo, novamente a memória nos arremessa as lembranças da época de infância e escola, e aquelas promessas de amizades eternas.



        Os traços utilizados fazem a turminha parecer crianças de verdade, e suas expressões transpassam suas emoções além das páginas.


      Quer saber mais? Leia. Não vale a pena contar nada, além disto, pois seria retirar o prazer de uma descoberta incrível, em especial para quem cresceu lendo a boa e velha Turma da Mônica, que sempre estará lá em um pedaço de nossos corações.

               
      Essa Graphic Novel está entre as 10 melhores HQs que já li e foram capazes de emocionar.


            Obrigado, Mauricio de Souza. Se este fosse um país onde se valoriza pessoas que devam ser valorizadas a única comparação possível seria chamá-lo Walt Disney brasileiro.




sábado, 20 de junho de 2015

Porque um filme do Hulk cinza precisa acontecer?

Meu nome é Uatu...ops....inicio errado.

Enquanto a Marvel e Fox batem de frente sobre os direitos sobre X-men e o Quarteto Fantástico, no qual a primeira decidiu acabar com a equipe fantástica em sua nova fase quadrinística  e os mutantes só Xavier sabe como ficarão, ficamos sem um Wolverine no universo Marvel cinematográfico.

Na realidade nem precisamos, a Marvel tem sua própria versão de Wolverine não mutante, mais forte, mais mulherengo, mais cachaceiro e muito mais brigão...o selvagem Hulk cinza.

Peraí.




Não entendi. O Hulk não é verde? Tem dois Hulks? Tô boiando.

Vamos do começo. O Hulk verde que conhecemos no cinema e nos quadrinhos é Bruce Banner. Sua origem é um pouco diferente nas duas mídias, mas de forma geral quando nervoso, Banner se transforma no gigante esmeralda, que quanto mais raiva, mais forte fica.

Capa da primeira edição do Incrível Hulk

Nos quadrinhos, o Hulk originalmente seria cinza, mas problemas com a gráfica da época imprimiram edições iniciais de seus títulos com o gigante em várias cores, o verde agradou e esta se tornou a cor principal do herói. Outra curiosidade é a transformação original, o doutor não se transformava ao ficar nervoso, mas sim com o cair da noite.

O verdadeiro Senhor Gray!!!



O gigante cinza retornaria anos depois, quando após uma separação física entre Banner e Hulk verde, ambos precisaram ser reunidos, mas durante o processo em um tanque nutrientes, o general Ross, atira e derruba por acidente Rick Jones no tanque. Jones absorveu parte da radiação, se tornando o Hulk Jones, e Banner algum tempo depois voltou a se tornar o Hulk Cinza.

Hulk Jones versus Hulk Cinza

Sob o comando do escritor Peter David, o gigante cinza permaneceu nas páginas dos quadrinhos por um bom tempo. A versão cinza era inteligente, voltou a se transformar basicamente a noite, e fazia o possível para ao amanhecer Banner ficar fora do ar. A dinâmica das histórias originais mostrava a fuga do herói ao lado, de Rick, Betty Ross e Clay Quarteiman (um agente da SHIELD), das forças governamentais. Neste período, Hulk enfrenta o X-Factor, e descobre a gravidez de Betty Ross. Porém, ao enfrantar um explosão de bomba gama, é considerado morto.




Na realidade, Hulk é encontrado por um dono de cassino,  e assim assume a identidade de Joe Tira-Teima, vira leão de chácara em Las Vegas, em histórias recheadas de humor negro, com um detalhe central, ele não retornava a forma humana.



O senhor Tira-Teima arranjou uma namorada, uma dançarina de cassino, e ainda foi membro do Novo Quarteto Fantástico.

Motoqueiro Fantasma, Hulk Cinza, Homem-Aranha e Wolverine: O Novo Quarteto Fantástico
Tempos depois, Peter David explicou de forma psicológica porque Banner conseguiu se transformar em Hulks de cores diferentes. Depois de ver seu pai assassinando a mãe, Bruce com apenas 7 anos, desenvolveu um quadro de múltiplas personalidade despertado totalmente quando atingido pela radiação gama. Assim o Hulk Verde, sempre querendo ficar sozinho e sem muita inteligência, seria sua personalidade infantil; o Hulk Cinza seria a personalidade adolescente entre o fim da escola e início da faculdade.

O que acontece quando a namorada do Joe encontra a esposa do Bruce?

Em uma tentativa de tratar esse problema, o Doutor Samson com a ajuda do Mestre do Picadeiro, funde as três personalidades em uma.


Criando o Hulk Banner verde e inteligente, que ao ficar furioso se tornava um Bruce Banner, com a mente do Hulk verde original.


Se o arco da fuga da Shield pelo país, introduzindo Rick Jones, fosse adaptado em um filme, terminando com Bruce se sacrificando para salvar uma cidade da explosão da bomba gama e sendo considerado morto. No extra, o Hulk Cinza é encontrado por alguém desacordado, poderíamos ter o arco de Las Vegas. Porque todo mundo adora Las Vegas.



Como uma mini-trilogia chegando ao ponto da saga do Panteão.

O que é o Panteão? Veremos no próximo episódio.

sexta-feira, 12 de junho de 2015

HQ em foco: HOMEM-ARANHA - A ÚLTIMA CAÇADA DE KRAVEN

Nos últimos anos o Marvel Studio conseguiu estabelecer os super-heróis como um subgênero cinematográfico, estabelecendo seu universo nas telonas, e incentivando a WB a seguir o mesmo caminho com o universo DC.

Os filmes de super-heróis atraiu ou tem atraído diversas pessoas para os quadrinhos.

A grande dúvida é em que ponto adentrar esse universo muitas vezes confuso e difícil? Principalmente com tantas Guerras Secretas ou Convergências em Crise.

Iremos dar dicas de entrada com edições especiais ou grandes momentos dos quadrinhos, indo das histórias mais criticas e adultas até a pura e boa diversão.   
E para começar: 

HOMEM-ARANHA: A ÚLTIMA CAÇADA DE KRAVEN.
     
        Com roteiro de J.M. DeMatteis,  desenhos de Mike Zeck e arte-final de Bob McLeod, essa história em seis partes foi publicada originalmente em 1987, entre os títulos Web of Spider-Man 31-32, Amazing Spider-Man 293 - 294 e Peter Parker, The Spectacular Spider-Man 131 – 132.



        Um trilher de suspense estrelando o Homem-Aranha, na época usando o uniforme negro, contra um dos seus piores inimigos: Sergei Kravinov, mais conhecido por KRAVEN, o caçador. 


         A única caça que já havia fugido de Kraven era o Homem-Aranha, até agora. Quando emboscado pelo caçador, alvejado e enterrado. 


         Porém,  eliminar seu pior inimigo não é suficiente. A derrota definitiva é se tornar um Homem-Aranha melhor que o original.


          Em meio a um mergulho na psique do caçador, ainda acompanhamos o ataque de Ratuss,  ser meio homem, meio rato, sequestrando e se alimentando de pedestres, e a busca de Mary Jane por seu marido desaparecido.
Ratuss

          Só isso? Mais que suficiente para que você mergulhe no universo do herói aracnídeo nos bons e velhos tempos, e entenda porque quadrinhos é reconhecido como nona arte mundial.

Uma história que merece no mínimo 9.5 sapinhos trovejantes.



sábado, 6 de junho de 2015

FLASH: O que esperar para a segunda temporada?

Com o término da primeira temporada de Flash ficaram no ar várias perguntas e possibilidades para a segunda temporada.


A partir das bases dos quadrinhos vamos tentar visualizar o que pode vir por ai...

Atenção a partir daqui você pode encontrar
SPOILERS


Perguntas que ficaram no ar ... apesar do Flash não voar!
Fonte: Diário do Centro do Mundo.

No momento em que o Flash voltou no tempo, e aguardou o momento de salvar a própria mãe a realidade já estava sendo alterada?

Tudo indica que sim. Vide que o chapéu de Jay Garrick, o primeiro Flash, cai e Wells diz que é a hora de partir.

Essa afirmativa nos leva a acreditar que a realidade original do Wells seja nos quadrinhos o universo pré Novos 52. Onde Jay Garrick, foi o primeiro Flash, e iniciou sua carreira nos anos de 1940, inspirando anos depois Barry Allen, a utilizar o mesmo nome e se tornar o segundo Flash.

Porém, quando Barry decide não salvar a própria mãe, o processo de alteração da realidade pode ter parado e mantido a realidade atual.









Quando Eddie Thawne atira no próprio peito para deter seu descente não ocorreu uma falha de continuidade?

Vamos partir do principio que Wells alterou a realidade ao voltar no tempo.

Se o seu antepassado morresse a realidade retornaria a original, pois nenhum Flash Reverso jamais teria retornado ao passado.

Mas nada mudou. Por quê? Simples. O corpo dele foi puxado pela singularidade.

Pensando como um escritor de quadrinhos. A singularidade apaga a morte dele e o devolve a realidade, sem memória, lembrando apenas da palavra Thawne. E passa a viver uma vida normal, podendo no futuro, recobrar a memória, culpar o Flash, partir em vingança ao descobrir que também ganhou poderes de velocidade, enlouquece e se torna um novo Flash Reverno, inspirando-se em parte na origem de Hunter Solomon, o Flash Reverso inimigo de Wally West, o Flash III.

Lembra que o Wells disse que havia outro? WB coloque meu nome nos creditos e pode usar este argumento para o final da segunda temporada e inicio da terceira.
Hunter Solomon, o Flash Reverso inimigo de Wally West.


E o Cisco?

Alguém sobrou e saiu do olho.




Foi mal. Não resisti a Piada Mortal.


Vamos entender o Cisco. A série utiliza claramente elementos do universo pré e dos Novos 52.

No universo pré – Novos 52. Cisco foi um herói latino capaz de emitir ondas de choque, e se autodenominou Vibro, foi membro da Liga da Justiça da América, na fase conhecida como Liga Detroit, e morreu enfrentando os Androides assassinos do Profº IVO.
Gládio - Cigana - Vibro (Cisco) - Vixen
Os novos membros da Liga da Justiça Detroit


No universo dos Novos 52, Cisco ainda é latino, e se tornou um herói também chamado Vibro. Entretanto, agora além de emitir ondas sísmicas, é capaz de ver pessoas que atravessaram a barreira entre os universos, e principalmente fazer travessia através do multiverso.

Podemos estar caminhando para Cisco participar ativamente? Sim. Se o Flash se perder no multiverso ao atravessar a singularidade, quem sabe Cisco desperte seus poderes e parta para o resgate do herói.
Cisco, versão os Novos 52


E Caitlin Snow?


Eu disse Caitlin....

Nos quadrinho, Caitlin Snow surge nos Novos 52 como uma cientista dos Laboratorios Stars, enviada a uma estação de pesquisa no Artico. Essa estação estava sob controle da C.O.L.M.E.I.A., que a aprisionou dentro de um projeto chamada motor termodinâmico. Tentando fugir ela rompe a contenção e é fundida ao gelo. Tornando-se uma criatura que absorve calor de outros para tentar se aquecer e se manter viva. Seu conflito com Nuclear, vem deste ser capaz de mantê-la aquecida com seus poderes, curando-a temporariamente.










Já temos o Nuclear, estaríamos caminhando para a transformação de Caitlin em Nevasca? Até agora nada indica algo assim, podendo ser apenas um easter egg na série seu nome e ser uma doutora do Stars.



O que acontece com o Flash após adentrar a singularidade para tentar salvar a cidade?

Não sei. Pergunta para a Warner.

Falando sério duas possibilidades diretas para o que ocorreu:

Teoria 1:  Barry viajou ao futuro de origem de Wells, ou talvez até tenha ficado perdido no tempo. Onde pode ser resgatado por Rip Hunter, dando ponta pé inicial para Legends of Tomorrow.


Teoria 2: Barry atravessou a barreira que separa o Multiverso e foi parar em alguma das terras paralelas, possivelmente a Terra 2 onde encontra com Jay Garrick. E poderemos ter em paralelo Cisco descobrindo seus poderes e com a equipe tentando resgatar o herói.


E quais são suas teorias? Compartilhe conosco.


sexta-feira, 5 de junho de 2015

SENSE 8 - Série que indico.



Oito cidades.

Oito pessoas.

Oito mentes capazes de se conectar como uma, mas individuais entre si.

A nova série original da Netflix dos irmãos Wachowskis (Matrix e o Destino de Júpiter), e de J. Michael Straczynski (Babylon 5), brinca com a percepção e a procura por seu lugar no mundo.

Acompanhamos na série oito pessoas que não se conhecem, morando em oito cidades diferentes, mas que começam a compartilhar, memórias, sensações e dificuldades.

Atenção a partir daqui você pode encontrar

SPOILERS

Mas não ser preocupe serão mínimos eu garanto.




Brian J. Smith, como Will, policial em Chicago; 
Tuppence Middleton, como Riley, uma DJ islandesa, morando em Londres; 
Aml Ameen, como Capheus, motorista de van no Quênia, África; 
Tena Desae, como Kala, uma farmacêutica enfrentando um dilema de casar sem amar, em Mumbai, Índia; 
Doona Bae, como Sun, uma executiva e mestre de Artes Marciais na Coréia do Sul; 
Max Riemelt, como Wolfgang, um ladrão na Alemanha; 
Jamie Clayton, como Nomi, uma transexual em São Francisco; 
Miguel Silvestri, como Lito, um ator mexicano, gay não assumido.

Não se pode falar muito sem dar verdadeiramente caminhões de spoilers, mas vamos tentar...

Já falou sozinho e teve a impressão que alguém respondia, e esse alguém se tornava seu amigo? Já teve uma música surgindo do nada na cabeça e se pegou cantando? Já teve a sensação de conhecer um lugar que nunca esteve?

A série explora tudo isso mergulhando na vida de cada um dos oito personagens principais, acredite você encontrará pelo menos um para adorar, seja a DJ perdida e de péssimos amigos, o motorista de van de Nairóbi, a oprimida sul coreana, a dividida indiana, ao atormentado alemão, ao certinho policial, e o ator mexicano (digno de a Usurpadora).

A DJ, o motorista e a sul coreana são meus principais, mas você não desgosta de ninguém, a cada momento cada um alcança um ponto positivo.

Desde o inicio você oscilará entre acompanhar seus dramas pessoais, e ao mesmo tempo tentar descobrir como foram ligados de tal forma.

Temos desde momentos mais “pesados” para os mais conservadores (aqueles que nunca viram série da HBO), até momentos legais.



Imagina:
Você acordar no meio da noite ouvindo música eletrônica, pensar que são seus vizinhos e na realidade ser o som que sua “irmã” está produzindo em Londres.

Sua irmã começar a cantar uma música e cada um em cada cidade, cantar e ou dançar a música aliviando a tensão (um dos melhores momentos da série).

Para as mulheres uma hora de vingança. Um homem sofrendo com a TPM em todos os detalhes.

Ainda temos boas referencias a cultura nerd e o confronto “Van Dame” e “Bat Van”.

Alguns jornalistas acharam a série confusa. Para quem espera por séries mamãe lê pra mim será mesmo, não espere explicações mágicas surgindo do nada, como é comum hoje em dia em filmes.

Mergulhe nesse compartilhamento de vidas, e como sempre, o melhor fica para final. Individualmente são excelentes, mas quando passam a agir em conjunto temos um trabalho de equipe sem igual, com ação na medida certa, investigação etc.



Para alguns mais sensíveis alguns momentos da série conseguem superar novelas das 21h da Globo, mas em geral, cada momento mais surtado serve a trama e não surge por surgir.

Como diz o último episódio Não vou abandoná-la na segunda temporada.


Achou o review confuso? Minha mente estava dividida com meus outros Sense. Infelizmente no meu caso eram o Besouro Bisonho e o Homem Impossível.


Como precisamos de um marcador, já que todo mundo tem um. Nosso marcador temporário será o sapinho trovejante 0 a 10, a série merece 9,5 trovejadas do sapinho.