sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

Quem é???????

Quando eu era pequeno e ainda engatinhava em assuntos sobre universos heroicos, fui a uma banca de jornal comprar minha sagrada Turma da Mônica, quando me deparei com duas estranhas revistas chamadas Superaventuras Marvel e X-men.
O Clássico formatinho da Editora Abril.
Eu nunca havia ouvido falar sobre essas revistas, mas em sua capa estava alguém que eu conhecia dos desenhos desanimados que passavam. Na capa da SAM estava Ka-Zar (a versão Marvel do Tarzan), e na dos X-men, diversos personagens que eu nunca tinha visto, mas em ambas havia uma participação especial, o Espetacular Homem-Aranha.

Foi o inicio de meu vicio em leitura. No titulo dos “Xis-Men” havia uma história lá no final de um personagem estranho, que misturava tudo que eu gostava: jornada do herói, sci-fi misturada a magia, cavaleiros, espaço e alienígenas transmorfos.


Estava no paraíso, pois me tornei fã de ....
ROM o cavaleiro do espaço

Quem é ROM? Você nunca ouviu falar nele?

O que está sendo feito do mundo? O que?

Não se preocupe a partir do próximo ano você com certeza ouvirá falar muito dele, talvez até nos cinemas. Mas primeiro vamos entender quem é esse herói.

O herói é oriundo do planeta Galador, um lugar pacifico e altamente evoluído tecnologicamente. A população deste paraíso resolveu levar seus conhecimentos a todos os povos do universo, mas ao chegar a um determinado setor se depararam com a civilização dos Espectros, parentes dos Skrull, alienígenas transmorfos que misturam ciência e tecnologia.

Com o ataque os pacíficos galadorianos só possuíam uma forma de se proteger, uma arma especial, armaduras ciborgues de alto poder. Porém, como o processo de transformação era irreversível o governante abriu o voluntariado. E o primeiro a se candidatar foi o jovem Rom.

Não apenas o primeiro a passar pelo duro processo, Rom foi o primeiro a enfrentar os Espectros e o demônio gigante convocados por ele chamado Asas da Morte.

A partir daí, vários galadorianos se candidataram a se tornar Cavaleiros Espaciais.

Descobrindo que os Espectros haviam se espalhado e estavam dominando diversos planetas utilizando suas habilidades de mudar de forma os Cavaleiros se espalharam pelo universo para caçá-los.

A sua principal arma era o erradicador que bane os espectros para a dimensão conhecida por limbo.

Deste momento em diante você já deve imaginar o que acontece.

Rom chega a Terra, infestada por Espectros em diversos cargos, inclusive políticos. E acaba sendo confundido com um robô alienígena invasor, principalmente porque as pessoas não conseguem ver que os humanos que ele atinge com o erradicador são espectros, e acreditam que ele está carbonizando humanos.


O Cavaleiro encontra-se com diversos heróis Marvel, destaque para os X-men, onde Forge um mutante com poderes de invenção, cria uma arma capaz de apagar poderes, e nas mãos de Henry Peter Gyrich, contato do governo junto aos Vingadores, seria usado contra Vampira, mas atinge a Tempestade, fazendo-a perder todos os seus poderes.
O visual moicano adotado por Ororo após perder os poderes.

Viu. Todos os elementos para uma serie de filmes nos cinemas?

SIM!!!!!

Entretanto, o herói Marvel não é da Marvel.

?????


A Marvel conseguiu a licença de publicar os quadrinhos de Rom, que na realidade era um brinquedo, um robô criado  por Bing McCoy e Richard Levy, para a industria  Parker Brothers, na época chamado de COBOL, uma linguagem de programação.

Foi a Marvel, através dos lendários: Bill Mantlo e Sal Buscema, que trocou o nome para ROM e criou toda historia por trás do robô, agora um ciborgue. E fez tanto sucesso que mesmo após o brinquedo parar de ser produzido, a Marvel continuou suas aventuras nos quadrinhos.

Com a falência da empresa e varias compras e vendas, Rom acabou nas mãos da HASBRO, e não pode ser mais usado pela Marvel.


O curioso? A Marvel pode usar os coadjuvantes, os inimigos, tudo, menos o visual e o nome do principal cavaleiro.


Agora. A Hasbro anunciou mais uma parceria com a editora IDW, que renovou a franquia Transformers nos EUA, e ira lançar um novo titulo chamado ROM – O Cavaleiro do Espaço, mas tecnicamente, ela só pode usar o visual e o nome, pois todo o resto é da Marvel. Então na pratica teremos um personagem novo.

E tudo indica que essa versão do Rom pode ter sua origem ligada aos Transformers de algum jeito.


E mais Hasbro irá lançar um universo compartilhado de seus brinquedos no cinema reunindo Transformers, Gi-JOE, M.A.S.K. e até mesmo ROM.












O que você acha dessa moda de universos compartilhados?

segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

CAVERNA DO DRAGÃO - MITOS E VERDADES

Olá. Eu sou Not-Nil. Estudioso das atividades históricas e geográficas humanas do século XXI e viajei até esta época para encontrar as falhas nos registros deste período.

E principalmente para saber como terminava a fantástica série LOST, mas ao descobrir tive certeza que foi algum fã que destruiu todos os seus registros para essa vergonha não ser mantida tempo a fora.

Recebi a missão de escrever sobre essa série, lembrada até no meu tempo.

Um dos fantásticos desenhos animados da década de 1980 do século XX. Uma década onde crianças não eram de vidro, onde se assistia Alien – o oitavo passageiro ou a Hora do Pesadelo na Sessão da Tarde, e outros clássicos da animação como Thundercats, Transformers, SilverHawks e...

- NOT-NIL?

- Sim?

- FOCO!

- Quem você pensa que é para me dar ordem?

- IA – 001657 – CODINOME OLIVIA. NÍVEL DE INTELIGÊNCIA 10000000, RESPONSAVEL POR TRANSCREVER A ESSES SISTEMAS DIGITAIS ULTRAPASSADOS SEU ARTIGO. DEVO REPETIR MEU NÍVEL DE INTELIGÊNCIA?

- Exibida. Retomando. Mas porque eu quero.

Para os habitantes do Brasil, talvez mais do que em outras partes do mundo, surgiram diversas teorias para justificar essa animação ser “demoníaca”.

- Eles estão mortos e aquele mundo é o inferno.

- A Une é um demônio que tenta evitar que suas almas escapem do inferno.

- O Mestre dos Magos é um demônio.

- Passava no Xuxa e na Globo, então era do demônio com certeza.

Entre outras besteiras espalhadas por fanáticos religiosos se deve a série não possuir um final. Vamos entender as razões.

Caverna do Dragão, ou Dungeons & Dragons em inglês, foi uma série animada criada por uma parceria tripla entre a Toei Animation, a Marvel Production e a TSR, baseando-se em um RPG (jogo de tabuleiro onde você interpreta a história, criando seu próprio destino na história) de mesmo nome.

Durou 3 temporadas, totalizando 27 episódios, exibidos entre 1983 e 1986 pela rede CBS.

A história da série é uma das mais conhecidas, seis jovens adolescentes – Hank (o arqueiro e líder, seu arco mágico permite manipulação total das flechas de energia), Eric (o cavaleiro, arrogante, medroso e egoísta, possuidor de um escudo capaz de projetar um campo de força), Diana (acrobata, ginasta valente, possuidora de um cajado capaz de se estender e se regenerar), Sheila (a ladra e ingênua, possuidora da capa da invisibilidade (nem digo nada Harry Potter)), Presto (o feiticeiro enrolado, possuidor de um chapéu mágico aparentemente ilimitado) e Bobby (o bárbaro, possuidor de um tacape com grande poder de destruição) – embarcam em uma montanha russa chamada Dugeons & Dragons e vão parar em outro mundo. Um mundo mágico, selvagem e estranho.

A passagem pelo portal transforma suas roupas, e cada personagem ganha uma arma de acordo com suas novas vestes. Ou seria suas vestes são dadas de acordo com as armas que lhes seriam dadas?

As armas são entregues pelo Mestre dos Magos, um feiticeiro anão de enorme poder e enigmático. Sempre aparecendo e desaparecendo após deixar uma orientação, ou missão a ser decifrada.

Além de enfrentarem as ameaças dos ecossistemas presentes neste estranho mundo como florestas tropicais, desertos e pântanos, existia ainda a maior de todas o Vingador, o vilão da série.

O ser de um chifre apenas demonstrava ser extremamente poderoso e temido em vários lugares deste mundo, seja caminhando ou sobre seu corcel voador. Ainda possui um espião, carinhosamente chamado de Demônio das Sombras.

O Vingador ambicionava se apoderar das armas mágicas dos jovens para derrotar seu grande inimigo o Mestre dos Magos, bem como, o único ser capaz de destruí-lo a dragão fêmea Tiamat. 

Você não leu errado. Tiamat na verdade é fêmea, mas na dublagem não entenderam isso.

O mundo da série apresenta cidades ou vilas que mesclam elementos feudais, com reinos e burgos de diversos períodos históricos. Além de serem habitados por humanos, sapos guerreiros, lagartos guerreiros, trolls, gnomos entre outros.

Este planeta estranho acaba sendo um sétimo membro do grupo. O oitavo é a mascote, a unicórnio Une, razão do grupo em algumas ocasiões em desistir de retornar para Terra.

Quem conseguiu assistir os episódios percebe claramente a evolução dos personagens, tornando-se mais maduros e amigos. Sendo a base para os episódios mais dramáticos ligados a amor e esperança, como: 

Filho do Astrologo, onde Diana encontra e perde o grande amor, 


Sonho, onde o impulsivo Bobby também encontra o primeiro amor, e a certeza de voltar para casa.


O VERDADEIRO ÚLTIMO EPISÓDIO
O roteirista Michael Reaves após saber de todas essas polemicas liberou ao publico o roteiro do episodio 28, que encerraria a jornada do grupo.

Denominado REQUIEM, não produzido em razão do fechamento da D & D Corp, empresa dona do jogo, e a falta de interesse da CBS e Marvel de investirem, pois estavam concentradas em outras séries como Transformers e Thundercats.


Neste episodio, os heróis se dividiriam em dois grupos, um liderado pelo Eric seguiria uma missão para o Vingador, enquanto o outro liderado por Hank continuaria seguindo o Mestre dos Magos. Quando se confrontam, nosso querido arqueiro morre...

Temos revelado que Vingador é o filho do Mestre dos Magos corrompido, e que o verdadeiro vilão ou emissário do vilão seria o Demônio das Sombras.

O mundo era formado por pedaços de outros mundos e com a queda do vilão começam a ser enviados para casa.

E o final...Vingador purificado, de bem com papai, abrem o portal e quando os jovens estão atravessando...

O Mestre dos Magos e o Vingador, perguntam: “Não querem ficar e nos ajudar a combater o mal que ainda existe nesse mundo? Agora podemos abrir o portal quando quiserem”.

E eles param dentro do portal entre os dois mundos...Fim.

Uma curiosidade obtida pelo jornalista Pablo Miyazawa, para a revista Herói 2000 de 1999, em entrevista com o criador Gary Gygax, é que antes do fim da série houve uma reunião para debater uma continuação. Essa continuação levaria os seis novamente ao mundo do Mestre dos Magos após vários anos para uma nova missão (lembra bastante o retorno de Digimon não é mesmo?).

Meus registros históricos indicam que esse roteiro poderia se adaptado para o cinema pela Marvel/Disney em 2019-2020, ao perceberem o sucesso de Warcraft. Não posso dizer mais nada, isso alteraria o futuro.

De novo.

domingo, 22 de novembro de 2015

JÉSSICA JONES – Série que indico

Esse é o ano das mulheres fortes e incríveis encherem nossas mentes e olhos. 

Mais uma parceria Marvel e Netflix apresentando uma personagem pouco conhecida até mesmo de muitos leitores de quadrinhos, mas que cativa, com uma trama tensa e diálogos afiados. Este é o mundo de Jéssica Jones.
A abertura nos lembra as capas da hqs.

Derivada da série Alias, que dá nome ao escritório de investigação da personagem, Jéssica Jones conquistou inúmeros fãs nos quadrinhos por fugir ao tradicional. 

Entre outras coisas por trazer as histórias de uma ex – heroína fantasiada, traumatizada, investigadora particular com certos contatos na comunidade super-heroica. 

Na TV, não temos um universo tão densamente povoado de heróis fantasiados para gerar um histórico fértil, mas os roteiristas souberam trabalhar o novo status quo do mundo pós Vingadores – o filme. Ainda temos as consequências da invasão alienígena sendo citada, e as ironias em relação aos “heróis”.


Vamos a um geral da série, e acredito que nenhum spoiler venha a ser dado, mas esse não é ou poderia ser um problema para esta série pelo menos.

O primeiro episódio nos faz a ambientação do subuniverso de Jéssica, mostrando a personalidade da personagem titulo, aquela que adoramos odiar, e também começa a revelar as bases de seu trauma e a ameaça que viria a ser o centro da história representada pelo vilão Homem-Púrpura, ou Killgrave na TV.


A Jéssica Jones de Krysten Ritter é uma mulher dona de si, firme, mal humorada, e fechada. Mas tudo consequência de parte da sua vida, como será mostrado em flashbacks, e claro, de ter sido dominada por Killgrave.

Será que na série ela já usou mesmo este uniforme? Ou ele só aparece como referência?
Sim. Estou repetindo o nome Killgrave, pois ele é o herói, o cara, o ídolo, como ele mesmo mandou inserir no meio do texto.

Os roteiristas conseguem usar seu “mau humor” para inserir alguns diálogos que são engraçados, como a piada com raios lasers dos olhos (conhece alguém com essa habilidade nos quadrinhos) ou a uma possível referencia a certo grupo de pessoas dos quadrinhos Marvel, quando ela menciona conhecer 99 pessoas com poderes (os mutantes já foram apenas 99 no universo Marvel após Dinastia M), apesar de brincadeira.


Os poderes da heroína são basicamente os mesmos, e a sua relação com Luke Cage (Mike Colter) é um dos pontos altos inclusive de importância dramática a história principal, incluindo nesse ponto algumas das cenas fortes da hq, nada muito Sense 8, mas sendo Marvel pode surpreender algumas pessoas que nunca viram novelas da Globo.

Eu particularmente não estava convencido de Colter conseguir levar Cage, mas fisicamente parece impresso por uma impressora 3d diretamente dos quadrinhos, fico curioso em ver o desenvolvimento de seu misterioso passado em sua própria série no próximo ano, e quem sabe uma personalidade até mais próxima do herói dos quadrinhos.

Os coadjuvantes servem a trama, alguns até considerara que não, mas chegará um ponto em que sua participação servirá a história. Isso inclui meu ódio pós série a pão de banana.

Entre os destaques está a Patsy Walker (Rachael Taylor), melhor amiga da heroína, parte de seu passado, com seus próprios traumas, mas o melhor para o fãs das hqs, seu nome é a identidade de uma heroína dos quadrinhos, a Hellcat, ou Felina como já foi chamada no Brasil. Quem sabe na segunda temporada? Ps.: A casa dela dá a entender que já morou no Rio de Janeiro.

Agora, ninguém conseguiu se destacar tão bem quanto o Killgrave de David Tennant (Doctor Who, só por este fato já seria perfeito), pois representar o Homem-Púrpura poderia ser complicado, mas o ator fugiu das caricaturas. O terror psicológico provocado por seu personagem, capaz de controlar a vontade de qualquer um e obrigá-lo a obedecer, mas com consciência de que está sendo obrigado a realizar seus desejos.

O vilão poderia usar qualquer um, ou pré - programar um ataque, das piores formas, como bem faz na série. Na minha opinião a sua construção o deixa como o maior vilão da Marvel nos cinemas e quadrinhos já apresentado.

E ainda temos seus diálogos aliviando certos momentos tensos e sua psicopatia.

A série cria a ponte entre o universo de Jéssica com o universo do Demolidor de forma sútil e crível, insere elementos interessantes para serem explorados em uma segunda temporada. Porém...

Apesar de ter gostado bastante da série, uma coisa me desagradou. Por ter apenas uma ameaça central, e nenhuma paralela que conseguisse dividir a atenção, a série acabou até parecendo longa demais, seria possível reduzir dois episódios, sem perda de conteúdo.

Mas apesar deste detalhe é uma diversão garantida e tensa para um fim de semana.

Eu já tenho até uma teoria de como o Killgrave deverá se tornar púrpura de verdade um dia, como nos quadrinhos, sem dar spoilers, o gancho deixado para uma segunda temporada poderia ser a chave.

Comente a ideia, ou suas ideias. 




sexta-feira, 13 de novembro de 2015

As mulheres nas histórias em quadrinhos

COMO ALGUMAS HEROÍNAS DEIXARAM DE SER APENAS UM AGRADO PARA FÃS, E SE TORNARAM VERSÕES DE MULHERES REAIS E INDEPENDENTES

Inspirado por toda a polêmica desnecessária surgida nas provas do ENEM 2015 comecei a pensar na representação das mulheres nas histórias em quadrinhos, com foco apenas nas heroínas neste momento, apesar de algumas coadjuvantes roubarem a cena vez por outra.

Não havia como não iniciar falando que com poucas exceções, a maioria das grandes heroínas dos quadrinhos surgiram na onda de versões femininas dos grandes heróis, como ocorreu com a Mulher-Hulk, Mulher-Aranha, Miss Marvel, Batgirl, Aquamoça, Mary Marvel, Supergirl, entre outras.

A maioria não possuía exatamente uma personalidade própria, eram apenas copias de seus originais masculinos, em um ambiente feminino, mas as mudanças pelas quais a sociedade passou de meados do século XX até hoje, mudaram as formas de contas suas histórias.

Deram profundidade e personalidade a cada uma.

Outro aspecto 100% masculino nas heroínas seria seus uniformes. Entre o final da década de 1980 e o inicio do século XXI, as heroínas ganharam uniformes cada vez menores e mais colados ao corpo. Corpos cada vez mais voluptuosos, e poses ousadas ao extremo.


Pois na visão cada escritor ou criados era dessa forma que uma mulher se via ou queria ser?

A questão não é o tamanho do uniforme, mas a forma ou a intenção de seu uso. Vamos comparar? Observe a Mulher-Maravilha de George Péres, é o uniforme tradicional, é a Diana sendo uma mulher maravilhosa conhecendo o mundo, agora veja essa versão da MM que foi muito popular por um período.


Não entendeu? Vamos ver algumas grandes heroínas que afirmar os direitos das mulher após uma evolução na


MULHER-MARAVILHA

A amazona foi criada em dezembro de 1941, no titulo ALL STAR COMICS nº8, pelo doutor William Moulton Marston (criador do polígrafo, ou detector de mentiras), e de acordo com um comunicado a imprensa da época:

A Mulher-Maravilha foi concebida pelo Dr. Marston para criar um padrão entre as crianças e jovens de uma feminilidade forte, livre e corajosa; para combater a ideia de que as mulheres são inferiores aos homens, e para inspirar as meninas a terem autoconfiança e a se realizarem no esporte e nas ocupações e profissões monopolizadas por homens, porque a única esperança para a civilização é a maior liberdade, desenvolvimento e igualdade das mulheres em todos os campos da atividade humana.

Na revista New Yorker Magazine ainda foram publicadas por Jill Lepori as palavras do próprio doutor Marston:

Francamente, a Mulher-Maravilha é propaganda psicológica para o novo tipo de mulher que deve, creio eu, governar o mundo.

Doutor, onde quer que esteja, nem preciso dizer que eu concordo com sua ideia, e não se preocupe, não contarei que a ideia do herói criado por você ser uma mulher veio de sua esposa, e a Mulher-Maravilha poderia ter sido inspirada em uma possível amante sua. OK OK. Minhas mãos serão um tumulo.

Originalmente a Rainha Hipolita esculpiu uma criança no barro e os deuses sobraram vida nesta estatua, nascendo Diana. Em sua concepção, apesar de forte, inteligente e rápida, caso fosse acorrentada por um homem perderia todos os seus poderes.


Em suas muitas fases e reformulações, já perdeu poderes, já foi aprendiz de mestre de artes marciais, investigadora, agente secreta, mas sempre manteve a luta compra a opressão das mulheres.
As Mulheres-Maravilhas sucesso na década de 1990, pelas roupas e poses.

A atual, fase Novos 52, Mulher-Maravilha é filha de Zeus com Hipólita, menos ingênua, mas mais guerreira.
Esse uniforme foi desprezado pelos fãs. Que exigiam a volta do original.

Acredite as transformações físicas e de uniforme ainda foram poucas. Veja abaixo a honra que Mulher-Maravilha teve ao ser aceita na Sociedade da Justiça da América (primeira equipe de heróis dos quadrinhos e inspiração para a Liga) como secretária.

Sem comentários!!!



BATGIRL/ORÁCULO

Bárbara Gordon, a Batgirl é uma personagem clássica e que nos Novos 52, se tornou uma heroína jovem e antenada com as adolescentes atuais.


Porém, sou mais fã da fase anterior a reformulação. Após a graphic novel a PIADA MORTAL (voltaremos a esse assunto em breve), quando a heroína e seu pai, o comissário Gordon, são atacados em casa pelo Coringa. E o palhaço a atinge com um tiro na coluna.


Temos uma mulher lutando para se erguer mentalmente ao descobrir que não voltaria mais a andar. E passa a investir em seus talentos de hacker, coletando todo o tipo de informação, invadindo todo tipo de sistemas, para fornecer como apoio aos heróis do universo DC, como a grande cyber informante Oráculo.


Sua habilidade ganhou reconhecimento do Batman, que passou a usá-la como auxilio a suas informações, e a indicou a membro da Liga da Justiça.

Com o tempo, ela mesma organizou seu próprio grupo de combatentes do crime formado exclusivamente por mulheres, as Aves de Rapina (Birds of Prey). 



MISS MARVEL – CAROL DANVERS/ KAMALA KAI

Após sofrer um acidente e ter seu corpo transformando em um hibrido kree-humano, e inspirada pelo heroísmo do guerreiro kree Mar-Vell, o Capitão Marvel da Marvel, Carol Danvers assume um uniforme inspirado e a alcunha de Miss Marvel.

Inicialmente apenas uma das versões femininas de um herói, Carol foi ganhando destaque e reconhecimento, uma das primeiras mulheres a serem piloto da força aérea, chegou a patente de major.

Logo foi incorporada aos Vingadores, e adotou um novo uniforme, mais independente de sua inspiração original, e muito mais para agradar o publico masculino, afinal um maiô azul com uma faixa vermelha na cintura, e mais volume corporal fazem a heroína.

Assumindo o papel semelhante ao da Mulher-Maravilha na DC, a Miss Marvel ganhava cada vez mais espaço, e titulo novo de relativo sucesso.

A editora decidiu que Carol representaria a afirmação feminina da editora, passando por transformações. Assumiria seu legado Marvel, alterando sua identidade para Capitã Marvel, e assumindo um uniforme que mesclava o seu com o do Capitão. Tornando-se não apenas guardiã da Terra, mas também de todo o universo.
Agora seu uniforme novo lhe dá mais porte de ícone.

Com o titulo vago surgiria uma nova Miss Marvel, a adolescente muçulmana Kamala Khai (já falamos sobre ela anteriormente), do qual sou particularmente fã. Afinal em um mundo onde os heróis se tornam cada vez mais pouco amistosos, temos uma menina sendo menina, e descobrindo seus incríveis poderes.

Kamala ganhou seus poderes ao ser atingida pela nevoa de terrigeneo liberada pela detonação da bomba lançada por Raio Negro ao fim da saga Inumanidade.

Essa personagem em especial não só quebra barreiras e preconceitos contra a religião islâmica, mas também consegue representar uma adolescente como adolescente.



SUPERGIRL - PODEROSA/ KARA ZOR-EL ou LINDA DANVERS

A prima do Super-Homem chegou a Terra anos depois de Clark, mas biologicamente seria mais velha que o herói, ficando presa em animação suspensa por anos.

Mais uma versão feminina de herói que tentou achar seu lugar ao sol. Infelizmente, sua maior e melhor historia foi a ultima, que narrou sua morte durante a minissérie Crise nas Infinitas Terras, ao confrontar o Anti-Monitor para salvar seu primo.

Após a reformulação provocada pela Crise. O Super-Homem seria o único sobrevivente de Krypton, mas uma nova Supergirl surgiria.

A chamada Matriz viria de um universo compacto, onde foi criada a partir do corpo de uma falecida Lana Lang para tentar salvar a Terra deste universo, tomada por três criminosos da Krypton desta dimensão.
Os principais uniformes já usados por diversas versões da Supergirl


Ao fim da batalha, a heroína foi reduzida a um ser sem memória e com aparência queimada. Recuperando voltou a assumir a identidade de Supergirl, se apaixonou por Lex Luthor II (nem pergunte), foi feita de capacho e usada. Ao perceber o erro deu um fim a relação e partiu.

Em seguida, Matriz se fundiu a uma adolescente demonista chamada Linda Danvers, que fazia rituais com seu namorado, e ferida poderia ter morrido.

Uma fase de temática mística/espiritual, onde a Supergirl tentava desvendar os segredos de seu novo eu, e a ameaça que pairava sobre a cidade.

Anos depois, a DC resolveu ressuscitar o conceito de prima, e no titulo Superman/Batman, Kara Zor-el ressurge e chega a Terra.

Uma versão bem diferente da original a começar pelo uniforme, que “falava” com as adolescentes da época, sempre em poses e ângulos, para provavelmente ser um exemplo para as meninas.
A Supergirl atual - Novos 52 - novamente prima do Super.

Isso sem contar a Poderosa, a Kara Zor-el da Terra-2, que já foi da principal e agora voltou para 2, e que não usava o S, pois buscava algo que a representava.
A Kara Zor-el da Terra 2, em busca de seu simbolo.

Bem, ela ficou conhecida por essa representatividade.



A VIOLÊNCIAS DIRETA CONTRA A MULHER EM VINGADORES

Os quadrinhos também trouxeram o uso da violência contra a mulher em formas distintas, um dos mais impactantes ocorreu entre Hank Pym (o personagem de Michael Douglas, em Homem-Formiga) e Janet Van Dyne (a Vespa).

Sofrendo de distúrbios mentais de inferioridade, Pym desenvolve outra personalidade, violenta, marrenta, irônica, que se autodenomina Jaqueta Amarela (É. O vilão do filme).

Caçando e matando criminosos, forçando sua entrada nos Vingadores e seu casamento com Jan, os heróis aceitam como parte do tratamento para trazê-lo de volta a consciência. Mas em um de seus acessos, o Jaqueta humilha a esposa e a espanca.

Esse ato gerou sua expulsão dos Vingadores. E foi uma bagagem pesada que o personagem carregou ao longo de mais de vinte anos, pelo qual fez tratamentos, e aos poucos conseguiu se reaproximar da Vespa, com quem reatou relacionamento.


Os autores sempre fizeram questão de fazer Pym carregar a culpa pelas agressões a esposa, mesmo em conversas com ela. Afinal não é algo que se esqueça, até mesmo alguns vingadores da época o enquadravam em algumas discussões trazendo o assunto a tona.

No universo 1610, ou Ultimate, o Pym não teve tanta sorte, não só bateu em sua Janet, como enviou formigas para que fosse devorada viva, ao encolher para se salvar e acabar encurralada, ele ainda usa inseticida na heróina.

E depois? Leva a mulher para o hospital. 

Qual o problema? O melhor amigo dela, era simplesmente seu colega de equipe o Capitão América, que dá uma surra homérica em Pym. 


Claro que a violência não é resposta a violência. E nem toda mulher é amiga do Capitão América, mas infelizmente os números de agressões físicas e verbais se mantêm elevadas, apesar de toda evolução tecnológica parece que alguns seres humanos ainda não abandonaram a ida das pedras.

Os quadrinhos nos servem como fonte de pesquisa para mostrar como a forma de pensar da sociedade veio mudando, mas não são eles que alteram a forma de viver da sociedade, mas sim a sociedade os molda com o que consideram aceitável ou polêmico em determinada época.

Caso saiba ou presencie algum tipo de agressão contra mulher de qualquer idade disque 180, e faça a denúncia.

Afinal nas sábias palavras de Edmund Burke:

" O mal triunfa sempre...que os bons não fazem nada".