Esse é o ano das mulheres fortes e incríveis encherem nossas mentes e olhos.
Mais
uma parceria Marvel e Netflix apresentando uma personagem pouco conhecida até
mesmo de muitos leitores de quadrinhos, mas que cativa, com uma trama tensa e diálogos
afiados. Este é o mundo de Jéssica Jones.
A abertura nos lembra as capas da hqs. |
Derivada
da série Alias, que dá nome ao escritório de
investigação da personagem, Jéssica Jones conquistou inúmeros fãs nos
quadrinhos por fugir ao tradicional.
Entre outras coisas por trazer as
histórias de uma ex – heroína fantasiada, traumatizada, investigadora
particular com certos contatos na comunidade super-heroica.
Na TV, não temos um universo tão
densamente povoado de heróis fantasiados para gerar um histórico fértil, mas os
roteiristas souberam trabalhar o novo status quo do mundo pós Vingadores – o filme. Ainda temos as consequências da invasão alienígena sendo
citada, e as ironias em relação aos “heróis”.
Vamos a um geral da série, e acredito que
nenhum spoiler venha a ser dado, mas esse não é ou poderia ser um problema para
esta série pelo menos.
O
primeiro episódio nos faz a ambientação do subuniverso de Jéssica, mostrando a
personalidade da personagem titulo, aquela que adoramos odiar, e também começa
a revelar as bases de seu trauma e a ameaça que viria a ser o centro da
história representada pelo vilão Homem-Púrpura,
ou Killgrave na TV.
A Jéssica Jones de Krysten Ritter é
uma mulher dona de si, firme, mal humorada, e fechada. Mas tudo consequência de
parte da sua vida, como será mostrado em flashbacks, e claro, de ter sido
dominada por Killgrave.
Será que na série ela já usou mesmo este uniforme? Ou ele só aparece como referência? |
Os
roteiristas conseguem usar seu “mau humor” para inserir alguns diálogos que são
engraçados, como a piada com raios lasers dos olhos (conhece alguém com essa
habilidade nos quadrinhos) ou a uma possível referencia a certo grupo de
pessoas dos quadrinhos Marvel, quando ela menciona conhecer 99 pessoas com
poderes (os mutantes já foram apenas 99 no universo Marvel após Dinastia M),
apesar de brincadeira.
Os poderes
da heroína são basicamente os mesmos, e a sua relação com Luke Cage (Mike
Colter) é um dos
pontos altos inclusive de importância dramática a história principal, incluindo nesse ponto algumas das cenas fortes da hq, nada muito Sense 8, mas sendo Marvel pode surpreender algumas pessoas que nunca viram novelas da Globo.
Eu particularmente
não estava convencido de Colter conseguir levar Cage, mas fisicamente parece
impresso por uma impressora 3d diretamente dos quadrinhos, fico curioso em ver
o desenvolvimento de seu misterioso passado em sua própria série no próximo
ano, e quem sabe uma personalidade até mais próxima do herói dos quadrinhos.
Os
coadjuvantes servem a trama, alguns até considerara que não, mas chegará um
ponto em que sua participação servirá a história. Isso inclui meu ódio pós série a pão de banana.
Entre
os destaques está a Patsy Walker (Rachael Taylor), melhor amiga
da heroína, parte de seu passado, com seus próprios traumas, mas o melhor para
o fãs das hqs, seu nome é a identidade de uma heroína dos quadrinhos, a
Hellcat, ou Felina como já foi chamada no Brasil. Quem sabe na segunda
temporada? Ps.: A casa dela dá a entender que já morou no Rio de Janeiro.
Agora, ninguém conseguiu se
destacar tão bem quanto o Killgrave de David
Tennant (Doctor Who, só por este fato já seria perfeito), pois representar o
Homem-Púrpura poderia ser complicado, mas o ator fugiu das caricaturas. O
terror psicológico provocado por seu personagem, capaz de controlar a vontade
de qualquer um e obrigá-lo a obedecer, mas com consciência de
que está sendo obrigado a realizar seus desejos.
O vilão poderia usar qualquer um, ou pré - programar um ataque, das piores formas, como bem faz na série. Na minha opinião a sua construção o deixa como o maior vilão da Marvel nos cinemas e quadrinhos já apresentado.
E ainda temos seus diálogos aliviando certos momentos tensos e sua psicopatia.
A série cria a ponte entre o universo de Jéssica com o universo do Demolidor de forma sútil e crível, insere elementos interessantes para serem explorados em uma segunda temporada. Porém...
Apesar de ter gostado bastante da série, uma coisa me desagradou. Por ter apenas uma ameaça central, e nenhuma paralela que conseguisse dividir a atenção, a série acabou até parecendo longa demais, seria possível reduzir dois episódios, sem perda de conteúdo.
Mas apesar deste detalhe é uma diversão garantida e tensa para um fim de semana.
Eu já tenho até uma teoria de como o Killgrave deverá se tornar púrpura de verdade um dia, como nos quadrinhos, sem dar spoilers, o gancho deixado para uma segunda temporada poderia ser a chave.
Comente a ideia, ou suas ideias.
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