domingo, 30 de agosto de 2015

SUPER-HOMEM DO PÓS-CRISE AOS NOVOS 52: CADA GERAÇÃO TEM O HERÓI QUE A REPRESENTA?

Você pode chamá-lo de Superman, mas estou no Brasil e como cresci lendo nas capas das HQs publicadas aqui, sempre vou chamá-lo de Super-Homem, o maior de todos os heróis.

Nunca fui fã de suas histórias. Porém, quando li sua reformulação pós – Crise nas Infinitas Terras pelas mãos de John Byrne, fui evolvido pelas historias de um personagem diferente do que conhecia e agora falava algo que eu acreditava.
John Byrne, ou alguém parecido com ele.

John Byrne, na época era um dos figurões dos quadrinhos, famoso por seu incrível trabalho com o Quarteto Fantástico e outros personagens Marvel como o Hulk, foi contratado pela DC para recriar o homem de aço.

Para começar descartou a ideia de Clark Kent ter vestido o velho uniforme ainda criança e ter sido o Superboy (ele se arrependeu depois, mas já era tarde), jogou fora os poderes titânicos do herói (pré Crise ele era capaz de mover planetas com as mãos e viajar no tempo apenas voando em super velocidade entre outras coisas), e o principal humanizou o personagem (ou marvelizou como alguns falavam).
Cada da minissérie que recriou o Homem do Amanhã

O Clark Kent de Byrne era um órfão de pais e planeta. Um planeta realmente alienígena, altamente tecnológico, onde os habitantes tinham seus filhos em úteros artificiais, eram frios e rígidos.
O sonho de muitas mulheres: o útero artificial de Krypton.

Primeira diferença, Kal-el chegou e nasceu na Terra, pois seus pais colocaram sua câmara gestatória no foguete que o trouxe. Adotado por um casal de simpáticos agricultores o bebe cresceu com valores de respeito e igualdade, bem como atravessou algumas dificuldades típicas da agricultura.

Na escola se destacava em tudo, principalmente no futebol americano, uma justificativa para seu físico. Jonathan Kent percebeu que seu filho começará a ficar um tanto prepotente, e nesse momento revelou a parte de seu passado que ele não conhecia. Pondo assim os pés de Clark de volta ao solo.

Até o Super tem que fazer a barba.
Esse Clark viajou pelo mundo antes de chegar a Metropolis, presenciou as desigualdades, namorou uma sereia chamada Lori Lemaris (viu Aquaman, enquanto você fala com peixinhos, o Super pesca sereia), ajudava as pessoas, mas sempre secretamente.























Tudo mudou ao impedir a queda de um ônibus espacial experimental, onde foi visto por todos realizando a façanha. Retornando para casa, sua mãe o incentivou a usar uma identidade para aparecer em público e ajudou na criação do uniforme, o S era de Super-Homem, como os jornais o chamavam.
           
E apesar de chamado de caipira, Clark não era tão bobo. Garantiu seu emprego no Planeta Diário, conseguindo uma exclusiva com o Super-Homem.
O caipira espertinho.

Você pode estar se perguntando o que fazia deste Super alguém especial. Os ideais que ele representava e defendia justiça e liberdade iguais para todos.

Conquistava a confiança sempre dizendo a verdade. E sacrificando-se pelos outros.

Foi nesse período que a diferença entre Batman e ele ficou clara. O Batman era a escuridão e o medo, enquanto o Super-Homem era a luz e a confiança.
Primeiro contato com o Batman

O grande escoteiro de sunga sobre as calças. E a versão de Byrne, foi a base para o desenho animado Superman e Liga da Justiça.

As bases criadas ou recriadas por Byrne determinava que Kal-el seria o símbolo que todos os demais heróis seguiriam, e no futuro levaria a Terra a se unir a outros planetas, fazendo cair os preconceitos e nos guiando a uma era de paz.

E no pior momento dos quadrinhos a inspiração que o Homem de Aço gera é questionada por Batman, pois o herói estava cada vez mais receoso em tomar atitudes e acabar eclipsando a humanidade como um deus.






















Batman sendo Batman


Essa liderança e inspiração é sempre trazida em grandes histórias como o Reino do Amanhã, onde o Super-Homem se retira do combate ao crime, quando um novo herói assassina o Coringa após este ter realizado um ataque a Metropolis e ter assassinado vários jornalistas no Planeta Diário, entre eles Lois Lane. Mesmo com a dor Clark era contra o assassinato do palhaço sem julgamento.

















E qual seria a diferença para essa versão agora clássica e a dos Novos 52?
A armadura kryptoniana acaba com a cueca sobre a calça.




Um Super-Homem que parece ter um abismo com a humanidade que tenta defender. Muitas vezes mais sisudo que o próprio Batman.

O Super que não faz as pessoas confiarem nele, se afastando e pouco abrindo a boca, e quando abre é de forma a confrontar inclusive as autoridades ao invés de apaziguar o conflito.
Primeiro encontro do Super-Homem dos Novos 52 com o Batman - Notaram alguma diferença?

Quando a Liga da Justiça dos Novos 52 estava sendo formada, a primeira reação do Super com a chegada de Batman e Lanterna Verde é atacar por achar que ambos estavam envolvidos em um ataque anterior. Ele não questionou, ou parou para ouvir. Quem acaba fazendo o papel de apaziguador é pasmem o Batman.
E ai, Lanterna. Não conheço você então irei te atropelar.



Será que esse o aspecto do herói da geração atual? Mais violento, beirando a arrogância, não se preocupando de iniciar um conflito ou ser político.
Se o Super não age como Super. O Batman resolve.



Poderíamos considerar o Super-Homem atual como um possível líder? Difícil, pois apesar do tempo passar o herói não se conecta, mantém uma distância, parecendo fugir da interação.

Lembrando muitas vezes os heróis de o Reino do Amanhã.
Para quem não está convencido ainda. Uma amostra de que quem sabe escrever, não precisa se preocupar com cronologia, apesar dela estar lá. A maior vitória do Homem de Aço, do Homem do Amanhã, não foi contra Brainiac, Lex Luthor, Mongul, Darkseid, ou qualquer outro.

Sua maior vitória esteve em All Star SuperMan, ou Grandes Astros Superman, onde ele salva uma menina do suicídio inspirado pela depressão. 
Esse herói nunca deixaria uma cidade ser destruída para confrontar um inimigo.


Aceitar essa personalidade do herói seria aceitar que estamos em um mundo no qual uma pessoa não pode ser boa simplesmente porque recebeu uma boa educação, ou ajudar sem pedir nada em trocar sem segundas intenções. Será mesmo que ninguém é capaz de abrir mão de levar uma vantagem para ajudar uma outra pessoa que precise? 

E isso eu não consigo aceitar. Mas para você que curte siga e boa leitura.

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