Como é a proposta do blog, não ficaremos restritos apenas
a assuntos de entretenimento, mas falaremos de tudo dentro do possível. Hoje, o
texto se baseia na matéria de capa do jornal Extra do Rio de Janeiro (curiosamente a capa e o conteúdo da matéria
possuem abordagens diferentes), que foca
no menor suspeito de matar o médico na Lagoa Rodrigo de
Freitas.
A notícia
indica que o menor com 16 anos, e 15 passagens pela polícia, é uma vitima, não
conheceu o pai, a mãe catadora de latinhas foi processada por abandoná-lo com
fome na rua, e assim o mesmo desistiu da escola e a escola desistiu dele no 6º ano.
Quando
o(a) jornalista diz escola está se referindo a quem exatamente? A Secretaria de
Educação Municipal ou Estadual, que não cumpre a lei e mantém em cada escola um
orientador pedagógico e o suporte psicológico para crianças e adolescentes, ou
está querendo acusar os professores?
Vejamos, para quem não está inserido em uma sala de aula
real (existem as fictícias chamadas escolas modelos, criadas por secretarias
para ganhar prêmios e para os “especialistas em educação” possam criar suas
teorias de escritório universitário), qual seria a visão de a escola abandonar
o aluno? Os professores seguirem o “caminho mais fácil” e deixando de lado os
alunos ruins? Os professores excluindo os alunos indisciplinados? Os
professores se omitindo em recuperar os alunos problemas?
Que
tal: A família educando seus filhos? A
família acompanhando o estudo e vida de seus filhos? O Estado proporcionando
atividades contínuas relacionadas a educação e a esporte, ao invés de se
concentrar principalmente em ter alunos aprovados e manter merenda na escola?
Aluno humilha professora em escola pública.Fonte: http://www.gazetadearacuai.com.br/noticia/4281/video_de_aluno_agredindo_professora_em_aracuai__ provoca_revolta_e_milhoes_de_acesso/ |
Não se pode questionar tal coisa? Ou esses fatores não
são cruciais para o porquê menores seguem para o crime?
O
professor se omite? Ou tem que tomar uma decisão? Passar um ano inteiro
tentando recuperar um aluno que os próprios pais dizem que não sabem o que
fazer, enquanto deixa de lado os demais alunos, e o ensino de sua disciplina? E
os outros alunos não têm direito a receber a mesma atenção que os alunos
problemas, que os oprime e retira seus direitos a receber a educação escolar?
E o
professor? Devendo assumir a função do pai ensinando o básico em um 6º ano,
desde o aluno dar bom dia, ou boa tarde, a pedir licença e bater na porta, de
psicólogo para apoiar os alunos que sofrem bullyng ou enfrentam problemas em
casa, ou que não recebem atenção dos pais. Em geral, em uma sala onde é capaz
de receber 36 alunos, e são inseridos 45 ou 48 pelo sistema automático de matrícula,
e que a própria escola não tem como reverter, você quer cobrar do professor
dedicação total a resgatar um aluno problema?
Nenhum especialista briga contra esse problema. |
Quem resgata o professor? Abandonado pelo Estado, pelos
“especialistas educacionais” vivendo em seu mundinho idílico e pelos pais.
Apanhando dos três, e ainda de alguns alunos. Sendo cobrado resultado, se
muitas vezes, não sobra tempo entre tudo isso nem mesmo para que ele faça algo
curioso ser o professor da disciplina para o qual foi contratado.
As
crianças e adolescentes foram brindadas por especialistas que interpretam as
leis de proteção de forma exagerada e que tentam justificar todas as atitudes
com teses gigantes, e esquece o básico, eles podem estar fazendo o que fazem
por querem?
Uma
geração que cresce sem qualquer tipo de responsabilidade ou cobrança, se sente
superior a tudo e a todos. E é só. Porque os pais tem sua obrigação bem
definida, os professores também, o Estado também, mas e as crianças e os
adolescentes? Quem se responsabilizou de informá-los suas obrigações junto com
seus direitos?
Por
fim, a meritocracia é vilã? Concordo, senhores especialistas. Então decreto
aqui o fim do vestibular e dos concursos públicos, vamos todos ocuparmos nossos
lugares a hora que quisermos.
Peraí, por que não pode? Ah, tem que fazer um concurso? Onde tem que ser
aprovado? E quem é aprovado foi aprovado porque teve a maior nota? Por mérito de seu estudo?
Se a escola não os
cobrasse como seria o final desta história?
|
Deixa ver seu eu entendi. O aluno ser avaliado por notas, e esforço em
realizar suas atividades é errado? Mas quando fica adulto terá que enfrentar um
sistema onde só sendo obtendo a melhor nota conquistará seu espaço?
Ah,
sim. Aqui é Brasil o país da contradição e de especialistas do Wikipédia
(inspirado em frase de Moacyr, professor de História).
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