segunda-feira, 25 de maio de 2015

EDUCAÇÃO – FAMÍLIA – JUSTIÇA

           Como é a proposta do blog, não ficaremos restritos apenas a assuntos de entretenimento, mas falaremos de tudo dentro do possível. Hoje, o texto se baseia na matéria de capa do jornal Extra do Rio de Janeiro (curiosamente a capa e o conteúdo da matéria possuem abordagens diferentes), que foca no menor suspeito de matar o médico na Lagoa Rodrigo de Freitas.

                A notícia indica que o menor com 16 anos, e 15 passagens pela polícia, é uma vitima, não conheceu o pai, a mãe catadora de latinhas foi processada por abandoná-lo com fome na rua, e assim o mesmo desistiu da escola e a escola desistiu dele no 6º ano.


           Quando o(a) jornalista diz escola está se referindo a quem exatamente? A Secretaria de Educação Municipal ou Estadual, que não cumpre a lei e mantém em cada escola um orientador pedagógico e o suporte psicológico para crianças e adolescentes, ou está querendo acusar os professores?

             Vejamos, para quem não está inserido em uma sala de aula real (existem as fictícias chamadas escolas modelos, criadas por secretarias para ganhar prêmios e para os “especialistas em educação” possam criar suas teorias de escritório universitário), qual seria a visão de a escola abandonar o aluno? Os professores seguirem o “caminho mais fácil” e deixando de lado os alunos ruins? Os professores excluindo os alunos indisciplinados? Os professores se omitindo em recuperar os alunos problemas?

                Que tal:  A família educando seus filhos? A família acompanhando o estudo e vida de seus filhos? O Estado proporcionando atividades contínuas relacionadas a educação e a esporte, ao invés de se concentrar principalmente em ter alunos aprovados e manter merenda na escola?

Aluno humilha professora em escola pública.Fonte: http://www.gazetadearacuai.com.br/noticia/4281/video_de_aluno_agredindo_professora_em_aracuai__
provoca_revolta_e_milhoes_de_acesso/

                Não se pode questionar tal coisa? Ou esses fatores não são cruciais para o porquê menores seguem para o crime?

                  O professor se omite? Ou tem que tomar uma decisão? Passar um ano inteiro tentando recuperar um aluno que os próprios pais dizem que não sabem o que fazer, enquanto deixa de lado os demais alunos, e o ensino de sua disciplina? E os outros alunos não têm direito a receber a mesma atenção que os alunos problemas, que os oprime e retira seus direitos a receber a educação escolar?

                    E o professor? Devendo assumir a função do pai ensinando o básico em um 6º ano, desde o aluno dar bom dia, ou boa tarde, a pedir licença e bater na porta, de psicólogo para apoiar os alunos que sofrem bullyng ou enfrentam problemas em casa, ou que não recebem atenção dos pais. Em geral, em uma sala onde é capaz de receber 36 alunos, e são inseridos 45 ou 48 pelo sistema automático de matrícula, e que a própria escola não tem como reverter, você quer cobrar do professor dedicação total a resgatar um aluno problema?

Nenhum especialista briga contra esse problema.

      Quem resgata o professor? Abandonado pelo Estado, pelos “especialistas educacionais” vivendo em seu mundinho idílico e pelos pais. Apanhando dos três, e ainda de alguns alunos. Sendo cobrado resultado, se muitas vezes, não sobra tempo entre tudo isso nem mesmo para que ele faça algo curioso ser o professor da disciplina para o qual foi contratado.

             As crianças e adolescentes foram brindadas por especialistas que interpretam as leis de proteção de forma exagerada e que tentam justificar todas as atitudes com teses gigantes, e esquece o básico, eles podem estar fazendo o que fazem por querem?

             Uma geração que cresce sem qualquer tipo de responsabilidade ou cobrança, se sente superior a tudo e a todos. E é só. Porque os pais tem sua obrigação bem definida, os professores também, o Estado também, mas e as crianças e os adolescentes? Quem se responsabilizou de informá-los suas obrigações junto com seus direitos?

             Por fim, a meritocracia é vilã? Concordo, senhores especialistas. Então decreto aqui o fim do vestibular e dos concursos públicos, vamos todos ocuparmos nossos lugares a hora que quisermos.

             Peraí, por que não pode? Ah, tem que fazer um concurso? Onde tem que ser aprovado? E quem é aprovado foi aprovado porque teve a maior nota? Por mérito de seu estudo?

Se a escola não os cobrasse como seria o final desta história?

               Deixa ver seu eu entendi. O aluno ser avaliado por notas, e esforço em realizar suas atividades é errado? Mas quando fica adulto terá que enfrentar um sistema onde só sendo obtendo a melhor nota conquistará seu espaço?

Já assistiu Técnico Carter? Vivemos essa realidade. Onde os professores são acusados de tentar ensinar algo, a diferença do filme para a realidade é que muitas vezes o papel dos pais é interpretado pelas Secretarias de Educação. 


               Ah, sim. Aqui é Brasil o país da contradição e de especialistas do Wikipédia (inspirado em frase de Moacyr, professor de História). 


Nenhum comentário:

Postar um comentário